Um estudo recente analisou os resultados de pacientes submetidos a intervenções coronárias percutâneas (ICP) de alto risco, utilizando o dispositivo de assistência ventricular esquerda Impella. O registro IMPELLA-PL, um estudo multicêntrico retrospectivo nacional, acompanhou pacientes em 20 centros cardiológicos poloneses entre 2014 e 2021. O objetivo principal foi avaliar a eficácia e segurança do Impella em pacientes com doença arterial coronariana complexa.
Os resultados revelaram que, apesar da alta complexidade anatômica da doença coronariana nos pacientes avaliados, a taxa de sucesso do procedimento foi relativamente alta, alcançando 83%. No entanto, o estudo também identificou complicações relacionadas ao dispositivo, como sangramento no local de acesso (14,6%), isquemia do membro (2,4%) e hemólise (1,6%). Além disso, foram observados eventos adversos cardiovasculares maiores (MACE) intra-hospitalares, incluindo intervenção cardiocirúrgica, exacerbações de insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, lesão renal aguda, complicações inflamatórias e complicações hemorrágicas maiores.
As taxas de mortalidade intra-hospitalar e em 12 meses foram de 8,3% e 18,2%, respectivamente. A análise identificou que a fibrilação atrial preexistente e a doença renal crônica estavam associadas a um aumento na mortalidade em 12 meses. Por outro lado, a remoção do Impella no laboratório de cateterismo e o uso de inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAAS) foram associados a uma diminuição na mortalidade. Esses achados sugerem que, embora o Impella possa ser uma ferramenta valiosa em ICPs de alto risco, o manejo cuidadoso das comorbidades e a otimização da terapia medicamentosa são cruciais para melhorar os resultados dos pacientes.
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