Alívio da Dor em Neonatos Ventilados: Intervenções Farmacológicas em Foco

Recém-nascidos internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) frequentemente experimentam dor devido a procedimentos de rotina, o que pode levar a efeitos adversos a longo prazo. A aspiração endotraqueal (AET), um procedimento comum em UTINs, é uma das principais causas de dor moderada a severa nesses bebês, especialmente em prematuros que necessitam de intubação e AET repetidas.

Uma revisão sistemática da Cochrane Database avaliou os benefícios e malefícios de intervenções farmacológicas para a prevenção da dor durante a AET em neonatos ventilados mecanicamente. A análise incluiu sete estudos randomizados controlados, totalizando 1242 participantes, a maioria prematuros. As intervenções farmacológicas foram comparadas a placebo, nenhuma intervenção, cuidados padrão ou intervenções não farmacológicas. As principais medidas de resultado foram escores de dor validados, além de indicadores fisiológicos e comportamentais da dor.

Os resultados indicaram que a morfina pode ter pouco ou nenhum efeito no Perfil de Dor do Bebê Prematuro (PIPP) e na duração da ventilação mecânica. No entanto, a morfina pode não aumentar o risco de hipotensão e provavelmente não reduz a incidência de hemorragia intraventricular grave (HIV). O alfentanil pode reduzir a mudança na escala CHEOPS e na frequência cardíaca em relação ao basal. A meperidina pode diminuir o escore de dor comportamental (BPS). Em comparação com o midazolam, a morfina pode ter pouco ou nenhum efeito nos escores PIPP, mas pode resultar em uma grande redução na duração da ventilação. O midazolam, em comparação com o placebo, pode reduzir os escores PIPP, mas tem pouco ou nenhum efeito na duração da ventilação ou no risco de HIV grave. A cetamina pode reduzir a mudança na escala CHEOPS e ter pouco ou nenhum efeito na mudança da frequência cardíaca ou na pressão arterial média. É importante ressaltar que a certeza da evidência para muitos desses resultados é considerada muito baixa ou baixa, o que exige cautela na interpretação e aplicação clínica.

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