A relação entre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e problemas gastrointestinais (GI) tem sido cada vez mais investigada, revelando que crianças com TEA apresentam um risco maior de desenvolverem distúrbios GI em comparação com seus pares neurotípicos. Esses problemas podem variar desde constipação e diarreia até refluxo gastroesofágico e síndrome do intestino irritável, impactando significativamente a qualidade de vida e, potencialmente, agravando os sintomas centrais do autismo, como dificuldades de interação social e sensibilidade sensorial.
Diante dessa crescente preocupação, pesquisadores têm se dedicado a identificar e implementar estratégias nutricionais que possam amenizar os sintomas GI em indivíduos com TEA. A abordagem nutricional se mostra como uma ferramenta promissora, visando restaurar a homeostase intestinal e, consequentemente, melhorar a independência funcional e o bem-estar geral. A individualização do plano alimentar é crucial, considerando as necessidades específicas de cada paciente, o que pode envolver a exclusão de determinados alimentos que desencadeiam reações adversas, a introdução de probióticos para equilibrar a flora intestinal e o aumento da ingestão de fibras para regular o trânsito intestinal.
Embora as evidências apontem para os benefícios das intervenções nutricionais, ainda há uma carência de diretrizes padronizadas para o manejo dos sintomas GI em crianças com TEA. Estudos clínicos adicionais são necessários para embasar as recomendações nutricionais, levando em conta as particularidades de cada indivíduo e as necessidades específicas de diferentes populações. A pesquisa futura deverá priorizar a identificação de biomarcadores que possam auxiliar no diagnóstico precoce de distúrbios GI em pessoas com TEA, bem como o desenvolvimento de intervenções nutricionais personalizadas e eficazes.
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