Um estudo abrangente sobre o tratamento do câncer esofagogástrico (OG) no estado de Victoria, Austrália, revelou avanços significativos na sobrevida dos pacientes entre 2012 e 2021. A pesquisa, que analisou dados administrativos estaduais, comparou os resultados entre dois períodos (2012-2016 e 2017-2021) para identificar variações nos cuidados e áreas que necessitam de melhorias. Um dos resultados mais notáveis foi a redução na mortalidade geral por câncer OG e na mortalidade pós-cirúrgica após um ano da gastrectomia.
Apesar dos avanços, o estudo também apontou desafios persistentes. Um deles é o tempo decorrido entre o diagnóstico e o início do tratamento, que não apresentou melhora significativa nos dois períodos analisados. Especificamente, a proporção de pacientes com câncer gástrico não metastático que iniciaram o tratamento em até seis semanas após o diagnóstico permaneceu em torno de 60%. Para pacientes com câncer de esôfago, esse índice se manteve próximo de 58% a 60%. Essa demora pode impactar negativamente as chances de sucesso do tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, uma das unidades de serviço integrado de câncer (ICS) apresentou taxas de sobrevida estatisticamente inferiores à média estadual para câncer gástrico no período de 2017 a 2021, indicando disparidades regionais nos cuidados.
Outro ponto de atenção destacado no estudo é o baixo envolvimento de profissionais de dietética e fisioterapia no acompanhamento dos pacientes com câncer OG nos três primeiros meses após o diagnóstico, especialmente entre aqueles submetidos à cirurgia e/ou quimioterapia. A nutrição e a reabilitação física desempenham um papel crucial na recuperação e na melhoria da qualidade de vida desses pacientes, e a falta de acesso a esses serviços representa uma deficiência importante no sistema de saúde. Em resumo, embora o sistema de tratamento do câncer em Victoria tenha demonstrado progresso, o estudo enfatiza a necessidade de aprimorar o acesso ao tratamento oportuno e aos cuidados de suporte para garantir melhores resultados para todos os pacientes com câncer esofagogástrico.
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