Um estudo multicêntrico realizado no Brasil revelou dados importantes sobre a prevalência de depressão e ansiedade em adolescentes diagnosticados com fibrose cística (FC). A pesquisa, conduzida entre 2017 e 2019 em 14 centros de referência, avaliou 218 pacientes utilizando questionários padronizados para identificar sintomas de depressão, ansiedade e adesão ao tratamento.
Os resultados indicaram que a prevalência de depressão e ansiedade nessa população é comparável à observada em outros países. Especificamente, a pesquisa apontou que a prevalência de depressão variou entre 15,4% e 19,1%, enquanto a de ansiedade ficou entre 18,0% e 19,1%. Um dado relevante é que as taxas de depressão e ansiedade foram significativamente maiores em pacientes do sexo feminino. Em contrapartida, adolescentes que realizavam fisioterapia domiciliar ou recebiam acompanhamento psicológico apresentaram menores índices desses transtornos.
O estudo também revelou uma correlação inversa entre depressão/ansiedade e a adesão ao tratamento. A maioria dos participantes (aproximadamente 67%) relatou baixa adesão às terapias prescritas. Essa descoberta reforça a importância de abordar os aspectos psicossociais no cuidado de adolescentes com FC. Intervenções que visem o bem-estar mental podem, consequentemente, melhorar a adesão ao tratamento e, assim, contribuir para uma melhor qualidade de vida desses pacientes. A atenção à saúde mental é crucial para o manejo eficaz da fibrose cística. O estudo reforça a necessidade de intervenções psicossociais para melhorar a adesão ao tratamento e o bem-estar geral dos jovens com essa condição.
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