Um estudo recente, publicado no International Journal of Psychiatry in Clinical Practice, investigou as características clínicas e os fatores de risco em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Turquia, comparando casos de autismo regressivo (ASD-R) e não regressivo (ASD-NR). O autismo regressivo é caracterizado por um período de desenvolvimento típico seguido por uma perda de habilidades sociais e de comunicação, enquanto no autismo não regressivo, os atrasos no desenvolvimento são aparentes desde o início.
A pesquisa envolveu 143 crianças com TEA, com idades entre 2 e 6 anos, divididas em dois grupos: ASD-R (n=29) e ASD-NR (n=114). Os pesquisadores analisaram a gravidade dos sintomas utilizando escalas como o CARS (Childhood Autism Rating Scale), AuBC (Autism Behavior Checklist) e ABC (Aberrant Behavior Checklist). Além disso, coletaram dados sobre fatores de risco pré-natais e perinatais, histórico de epilepsia e idade dos pais no momento do nascimento. Surpreendentemente, o estudo não encontrou diferenças significativas na gravidade dos sintomas entre os dois grupos, exceto por pontuações mais altas de letargia/retração social no grupo ASD-NR.
Embora a prevalência de fatores de risco pré-natais e perinatais e a ocorrência de epilepsia fossem semelhantes entre os grupos, a idade dos pais no nascimento se mostrou significativamente maior no grupo ASD-R. No entanto, a análise de regressão logística não identificou preditores significativos para a regressão no autismo. A conclusão do estudo sugere que fatores pré-natais e perinatais podem influenciar a regressão no desenvolvimento do TEA, especialmente em indivíduos com vulnerabilidade genética. Os autores enfatizam a necessidade de estudos longitudinais para investigar o papel das exposições ambientais precoces e dos mecanismos epigenéticos nos padrões de regressão observados no autismo.
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