A atenção visual nos primeiros meses de vida é fundamental para o desenvolvimento infantil, influenciando diversas áreas cognitivas e sociais. Um estudo recente investigou a estabilidade das diferenças individuais na atenção visual de bebês, desde o nascimento até os 14 meses de idade. A pesquisa buscou entender como a atenção dos bebês a estímulos sociais e não sociais evolui ao longo do tempo e se as diferenças iniciais persistem.
O estudo acompanhou 77 recém-nascidos, avaliando sua atenção visual em diferentes momentos: entre 1 e 4 semanas de vida e, posteriormente, aos 2, 4, 6, 8 e 14 meses. Os recém-nascidos foram expostos a estímulos ao vivo, como expressões faciais e um disco giratório, cada um por três minutos. Os bebês mais velhos assistiram a vídeos curtos (10 segundos) mostrando simultaneamente cenas sociais (pessoas conversando) e não sociais (disco girando).
Os resultados revelaram uma estabilidade a curto prazo nas diferenças individuais na atenção geral, social e não social dos bebês, tanto no período neonatal (1-4 semanas) quanto na fase posterior da infância (2-14 meses). Surpreendentemente, a atenção geral observada nos recém-nascidos se mostrou um preditor da atenção geral aos 14 meses, sugerindo uma característica individual robusta. Este achado inédito aponta para a importância de entender as variações na atenção dos recém-nascidos e seu potencial impacto no desenvolvimento social e cognitivo futuro. Estudos adicionais são necessários para explorar as causas dessas variações e como elas influenciam o desenvolvimento infantil a longo prazo. A identificação precoce de padrões de atenção pode abrir caminhos para intervenções que promovam um desenvolvimento saudável.
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