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A pandemia de COVID-19 trouxe desafios significativos para a saúde mental e física de muitas pessoas, especialmente para aquelas com condições preexistentes. Um caso particularmente complexo, publicado no Journal of Developmental and Behavioral Pediatrics, descreve a experiência de Andrew, um menino de 12 anos com transtorno do espectro autista (TEA) e comunicação verbal limitada, que desenvolveu Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (ARFID) durante a pandemia.

Andrew começou a apresentar sintomas de humor deprimido e anedonia (perda de prazer) durante o período pandêmico. Essa condição se manifestou com uma significativa perda de apetite, progredindo até a recusa completa de alimentos e líquidos, incluindo a própria saliva. O menino retinha a saliva na boca durante o dia, recusando-se a engolir, e a expelindo quando solicitado. Esse comportamento era acompanhado de insônia, motivada pelo receio de engolir a saliva involuntariamente durante o sono. A situação se agravou ao ponto de Andrew também se recusar a falar, necessitando de intervenção médica especializada.

O caso de Andrew destaca a importância de considerar fatores ambientais, como a pandemia, ao avaliar crianças com comorbidades neurodesenvolvimentais e psiquiátricas que apresentam recusa alimentar. O tratamento multidisciplinar, incluindo suporte nutricional por meio de sonda nasogástrica e gastrostomia, juntamente com terapia comportamental e medicamentosa, foi essencial para manter o peso e a nutrição adequados do paciente. A história também levanta questões cruciais sobre o impacto da pandemia no acesso a serviços de saúde especializados e a necessidade de estratégias de intervenção que possam ser implementadas em casa, com o apoio de cuidadores. A reintrodução gradual de alimentos sólidos, com o auxílio de um cuidador treinado, é um passo fundamental para o sucesso a longo prazo no tratamento de ARFID em crianças com TEA.

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