A utilização de medicamentos biológicos durante a gravidez e a amamentação é um tema que gera muitas dúvidas e preocupações entre as futuras mamães, especialmente para aquelas que sofrem de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) como a doença de Crohn e a colite ulcerativa. Um estudo recente, proveniente do registro DUMBO (um estudo observacional e prospectivo do GETECCU na Espanha), investigou o impacto da exposição a esses medicamentos no desenvolvimento psicomotor de bebês durante o primeiro ano de vida.
A pesquisa acompanhou 352 crianças nascidas de 343 mulheres com DII. Um percentual significativo desses bebês foi exposto a medicamentos biológicos, seja durante a gestação (38,1%) ou durante o período de amamentação (22,7%). A avaliação do desenvolvimento psicomotor foi realizada através do questionário ASQ-3™, um instrumento amplamente utilizado para identificar possíveis atrasos no desenvolvimento infantil. Os resultados revelaram que a exposição aos biológicos não teve um impacto negativo no desenvolvimento dos bebês. Surpreendentemente, os bebês expostos a biológicos apresentaram pontuações mais altas em domínios importantes como o motor-grosseiro em comparação com o grupo não exposto.
A análise mais aprofundada dos dados apontou que outros fatores, como o nascimento prematuro e a presença de colite ulcerativa materna, estiveram associados a um maior risco de resultados anormais no ASQ-3™. Este estudo traz um alívio para as mães que necessitam de tratamento biológico para controlar as DII durante a gravidez e a amamentação. Os resultados sugerem que a exposição a esses medicamentos não compromete o desenvolvimento psicomotor dos bebês, permitindo que as mães priorizem sua saúde e bem-estar sem colocar em risco o futuro de seus filhos. É importante ressaltar que cada caso é único e a decisão sobre o uso de biológicos deve ser sempre discutida com o médico especialista, levando em consideração os benefícios e os riscos individuais.
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