A identificação de variantes raras no gene POLR3A em pacientes com deficiência intelectual, marcha atáxica e malformações corticais representa um desafio diagnóstico crescente. Um estudo recente publicado no Italian Journal of Pediatrics detalha o caso de uma menina de 6 anos com essas características, mas que não apresentava os sinais clínicos e de ressonância magnética clássicos associados à leucodistrofia relacionada à POLR3, uma condição neurológica progressiva que afeta a substância branca do cérebro.
O caso em questão descreve uma paciente que, apesar de compartilhar semelhanças genéticas e neuropsicológicas com outros indivíduos afetados por distúrbios relacionados à POLR3, não exibia a hipomielinização difusa, um achado comum em exames de imagem da leucodistrofia. A menina apresentava histórico de restrição de crescimento intrauterino, tremores nos primeiros meses de vida, hipotonia (diminuição do tônus muscular) diagnosticada aos 6 meses, atraso no desenvolvimento psicomotor e da linguagem, além de alterações cerebrais sutis detectadas por ressonância magnética, como ectasia ventricular leve e hipoplasia do vermis cerebelar.
Este caso ressalta a importância de ampliar a abordagem diagnóstica para distúrbios relacionados à POLR3A. A ausência de sinais clínicos e de imagem típicos, como a hipomielinização, não deve descartar a possibilidade da condição, especialmente em pacientes mais jovens. A diferenciação de sinais clínicos sutis e a promoção do uso de testes genéticos tornam-se cruciais para um diagnóstico precoce e preciso, permitindo o acompanhamento adequado e o desenvolvimento de estratégias de intervenção personalizadas. Estudos futuros são necessários para elucidar os mecanismos patogênicos responsáveis pela diversidade fenotípica associada aos distúrbios relacionados à POLR3.
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