Saúde Desvendada

Distúrbios do neurodesenvolvimento (DND), como Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Síndrome de Tourette (ST), impactam significativamente o desenvolvimento e a função cerebral, afetando a cognição, o comportamento e as habilidades sociais em crianças. A epilepsia, caracterizada por crises recorrentes devido à hiperexcitabilidade neuronal, compartilha mecanismos patológicos com os DNDs, incluindo neuroinflamação, disfunção sináptica e estresse oxidativo.

Nesse contexto, os ácidos graxos ômega-3, principalmente o ácido docosahexaenoico (DHA) e o ácido eicosapentaenoico (EPA), emergem como importantes aliados terapêuticos. Eles exercem efeitos neuroprotetores e neuromoduladores nessas condições através de múltiplos mecanismos. Os ômega-3 desempenham um papel crucial na ativação da via Nrf2/ARE, protegendo os neurônios contra danos oxidativos, regulando o eixo intestino-cérebro e promovendo o equilíbrio da microflora intestinal. Essa ação multifacetada contribui para a melhora dos sintomas associados aos DNDs e à epilepsia.

Apesar dos benefícios promissores e da segurança inerente dos ácidos graxos ômega-3, sua biodisponibilidade pode ser um fator limitante. A fonte, a forma de formulação e o ambiente alimentar influenciam a absorção e utilização desses nutrientes. Estudos atuais sugerem que a monoterapia com ômega-3 pode ter um efeito limitado, sendo necessária a combinação com vitamina D, probióticos ou medicamentos específicos. O desenvolvimento de alimentos funcionais inovadores também se mostra promissor para otimizar a ingestão e a eficácia dos ômega-3, integrando-os de forma mais efetiva em estratégias de tratamento abrangentes e personalizadas para pacientes com distúrbios do neurodesenvolvimento e epilepsia. O futuro da pesquisa deve priorizar abordagens de nutrição de precisão para maximizar os resultados em cuidados neuropsiquiátricos.

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