A deficiência meniscal, frequentemente resultante de lesões ou remoção cirúrgica parcial do menisco (meniscectomia), pode levar a dor crônica e disfunção no joelho. Uma abordagem promissora para tratar essa condição é o implante de um scaffold (suporte) meniscal de poliuretano, projetado para estimular o crescimento de novo tecido meniscal e restaurar a função do joelho. Um estudo recente avaliou os resultados clínicos e de ressonância magnética (RM) em longo prazo de pacientes que receberam esse tipo de implante para tratar a deficiência meniscal.
O estudo acompanhou 32 joelhos que receberam o implante Actifit® de poliuretano para deficiência do menisco. Os resultados clínicos foram avaliados por meio de questionários respondidos pelos pacientes, incluindo o Knee injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS), a escala de Lysholm, a escala de atividade de Tegner e a escala visual analógica (VAS) para dor e satisfação. As avaliações de RM pré-operatórias e as radiografias e RM de acompanhamento final foram realizadas para avaliar a morfologia do scaffold, a integração do tecido e o estado da cartilagem articular. Após um acompanhamento médio de 11,4 anos, os pacientes demonstraram melhorias significativas nos resultados clínicos, com melhora nos escores KOOS, Lysholm e Tegner, além de uma redução na dor avaliada pela escala VAS.
Apesar dos resultados clínicos positivos, a avaliação por ressonância magnética revelou que nem todos os meniscos apresentavam uma aparência completamente normal. Embora a maioria dos scaffolds apresentasse uma boa integração, alguns joelhos apresentaram edema ósseo (acúmulo de líquido no osso) e extrusão meniscal (deslocamento do menisco para fora da articulação). As classificações de Kellgren-Lawrence também revelaram diferentes graus de alterações osteoartríticas em alguns joelhos. Em conclusão, o estudo sugere que o tratamento artroscópico com implante de menisco de poliuretano pode proporcionar alívio da dor e melhora da função do joelho a longo prazo em pacientes com perda meniscal segmentar crônica, embora a RM nem sempre revele um menisco totalmente normal.
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