A relação entre renda familiar e saúde mental tem sido objeto de crescente interesse na área da saúde. Um novo estudo explora a base genética compartilhada entre a renda familiar e diversos transtornos psiquiátricos, como esquizofrenia (SCZ), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno bipolar (BIP) e transtornos do espectro autista (TEA).
Utilizando dados de estudos de associação genômica (GWAS), os pesquisadores aplicaram modelos estatísticos para quantificar a arquitetura genética compartilhada entre a renda familiar e esses transtornos. A análise revelou uma sobreposição genética significativa: dos milhares de variantes genéticas que influenciam a renda familiar, uma grande parte também está associada à esquizofrenia, TDAH, transtorno bipolar e autismo. Mais especificamente, a pesquisa identificou centenas de loci genéticos compartilhados entre a renda familiar e os transtornos psiquiátricos, muitos dos quais não haviam sido identificados anteriormente. Curiosamente, os efeitos desses genes podem ser opostos, no caso da esquizofrenia e TDAH, ou mistos, no transtorno bipolar e TEA.
A análise funcional desses loci genéticos revelou que eles estão predominantemente localizados em regiões não codificantes do genoma, como regiões intrônicas e intergênicas, e estão envolvidos em processos biológicos cruciais para o desenvolvimento do sistema nervoso, desenvolvimento de organismos multicelulares e diferenciação neuronal. Esses resultados destacam a complexa interação entre fatores socioeconômicos e predisposição genética na saúde mental, apontando para mecanismos biológicos comuns que podem contribuir para a compreensão das etiologias complexas e dos mecanismos genéticos sobrepostos dessas condições. A pesquisa abre novas perspectivas para intervenções mais direcionadas e eficazes no tratamento e prevenção de transtornos mentais, considerando a influência da renda familiar e a predisposição genética.
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