A interação social bem-sucedida depende, em grande parte, da sincronia comportamental entre os indivíduos. Um dos aspectos cruciais dessa sincronia é a coordenação das expressões faciais, considerada um facilitador importante do comportamento empático. Estudos têm demonstrado que pessoas com autismo podem apresentar diferenças significativas nesses comportamentos sincrônicos e empáticos, o que pode influenciar suas interações sociais.
Uma pesquisa recente investigou essa dinâmica em adolescentes autistas, utilizando uma plataforma de vídeo para simular uma interação social. Durante a interação, um indivíduo não autista conduzia uma conversa amigável e expressava momentos de desânimo. Os pesquisadores analisaram os comportamentos socioemocionais dos participantes, tanto por meio de avaliações observacionais quanto por medidas automatizadas das expressões faciais. Os resultados indicaram que os adolescentes autistas demonstraram menor sincronia nas interações, bem como uma redução nos comportamentos empáticos, em comparação com seus pares não autistas.
Curiosamente, as habilidades de reconhecimento de emoções dos participantes não explicaram essas diferenças. Isso sugere que a dificuldade em sincronizar comportamentos e expressar empatia pode não estar diretamente ligada à capacidade de identificar as emoções dos outros. A pesquisa destaca a importância da sincronia comportamental nas dificuldades sociais frequentemente experimentadas por adolescentes autistas, abrindo caminhos para futuras intervenções focadas no desenvolvimento dessas habilidades e, consequentemente, na melhoria da qualidade de vida e das interações sociais desses jovens. A compreensão desses mecanismos pode levar a abordagens mais eficazes para promover a inclusão e o bem-estar social.
Origem: Link