Um estudo recente investigou a complexa relação entre o tabagismo e diversos aspectos relacionados ao apetite, incluindo percepções, hormônios e preferências alimentares. A pesquisa, que utilizou um design de coorte pareado, comparou um grupo de fumantes com um grupo de não fumantes, equiparados por idade, sexo, etnia e Índice de Massa Corporal (IMC), buscando identificar possíveis associações entre o hábito de fumar e alterações no comportamento alimentar.
Os resultados revelaram que os participantes fumantes apresentaram uma maior preferência por alimentos ricos em gordura e um aumento nos desejos por alimentos salgados, em comparação com o grupo de não fumantes. Adicionalmente, observou-se uma menor capacidade de controle cognitivo sobre a alimentação e uma maior tendência à desinibição alimentar entre os fumantes. Esses achados sugerem que o tabagismo pode influenciar as escolhas alimentares, tornando os indivíduos mais propensos a consumir alimentos menos saudáveis e a perder o controle sobre a ingestão calórica.
Além das preferências alimentares, o estudo também investigou o impacto do tabagismo nos hormônios relacionados ao apetite. Observou-se que os fumantes apresentaram níveis mais baixos de grelina acilada em jejum e de peptídeo YY (PYY) total após a alimentação. A grelina é um hormônio que estimula o apetite, enquanto o PYY promove a saciedade. A alteração nesses hormônios, juntamente com as mudanças nas preferências alimentares, pode contribuir para um ciclo vicioso, onde o tabagismo influencia negativamente o comportamento alimentar e, potencialmente, o estado nutricional geral dos indivíduos.
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