A suplementação com ácido fólico tem se mostrado uma estratégia crucial para mitigar complicações em bebês de mulheres com epilepsia (MCE) que utilizam medicamentos anticonvulsivantes. Um projeto de melhoria de qualidade em um centro de epilepsia de nível 4 buscou aumentar as taxas de prescrição de ácido fólico de 18% para 50% em MCE com idades entre 18 e 47 anos. Essa iniciativa reconhece a importância vital do ácido fólico na prevenção de problemas como autismo e outras deficiências do neurodesenvolvimento, frequentemente associados ao uso de medicações para controlar a epilepsia durante a gravidez.
O projeto envolveu a coleta de dados de prontuários eletrônicos de pacientes que atendiam aos critérios de inclusão, utilizando estatísticas descritivas e métodos de melhoria de qualidade. Foram realizados quatro ciclos de Plan-Do-Study-Act (PDSA) durante a fase de intervenção, incluindo educação para os profissionais de saúde, implementação de uma ferramenta de triagem no prontuário eletrônico, introdução de folhetos informativos para pacientes nas salas de atendimento e apresentação de dados aos médicos para aumentar a conscientização sobre as barreiras à prescrição. O objetivo era criar um ambiente mais favorável à prescrição de ácido fólico, integrando o conhecimento e a prática clínica.
Os resultados demonstraram um aumento significativo nas taxas de prescrição de ácido fólico, passando de 17,37% para 35,03% durante o período de intervenção. A conscientização dos médicos sobre seus próprios hábitos de prescrição, juntamente com as intervenções educacionais, teve o maior impacto no aumento das taxas. Este estudo de melhoria de qualidade destacou que a educação continuada e o monitoramento constante das taxas de prescrição de ácido fólico são fundamentais para melhorar os resultados para as pacientes. A implementação de intervenções simples e eficazes pode ser replicada em diversos contextos clínicos, beneficiando a saúde das mulheres com epilepsia e de seus futuros filhos. A suplementação adequada de ácido fólico representa, portanto, um passo importante para garantir gestações mais saudáveis e reduzir o risco de complicações neurológicas nos bebês.
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