Autismo e SCN2A: Descobertas sobre o Impacto no Circuito Cerebral

Pesquisadores identificaram que mutações no gene SCN2A, um canal de sódio importante no cérebro, estão fortemente ligadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Um estudo recente investigou como a deficiência de SCN2A afeta o funcionamento do cérebro, especialmente os circuitos cortico-estriatais, que desempenham um papel crucial no TEA.

Utilizando um modelo de cérebro humano em laboratório, chamado assembloide cortico-estriatal, os cientistas observaram que uma mutação específica no SCN2A (SCN2A-C959X) prejudica as projeções axonais de longo alcance entre as regiões do córtex cerebral. Essas projeções são essenciais para a comunicação entre diferentes áreas do cérebro. Além disso, a mutação reduziu a densidade das espinhas dendríticas, pequenas protuberâncias nos neurônios que são importantes para a formação de sinapses, as conexões entre os neurônios, no estriado, uma área do cérebro envolvida no controle motor e na recompensa. Essa disfunção afeta a transmissão sináptica excitatória entre o córtex e o estriado, comprometendo a comunicação neural.

Um achado surpreendente foi que os assembloides cerebrais com a mutação SCN2A apresentaram uma hiperexcitabilidade da rede neural. Isso significa que os neurônios se tornaram excessivamente ativos, o que não foi observado em modelos animais com deficiência de Scn2a. Essa descoberta destaca uma vulnerabilidade específica dos circuitos cerebrais humanos à deficiência de SCN2A e contribui para o melhor entendimento das bases biológicas do autismo e abre caminhos para o desenvolvimento de terapias mais direcionadas para pessoas com TEA associado a mutações no SCN2A. O estudo enfatiza a importância de se considerar as diferenças entre modelos humanos e animais na pesquisa de distúrbios neurológicos.

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