Neuroligina 3 e Comportamento Social: Descobertas em Moscas Revelam Circuitos Neurais Sexualmente Dimórficos

Um estudo recente em Drosophila melanogaster, a mosca da fruta, revelou informações importantes sobre o papel da proteína Neuroligina 3 (Nlg3) no comportamento social. A Nlg3, que também está relacionada ao autismo em humanos, mostrou influenciar a forma como as moscas interagem socialmente, com diferenças notáveis entre machos e fêmeas. A pesquisa identificou que a Nlg3 está presente em áreas cerebrais específicas das moscas, como os corpos de cogumelo, os lobos ópticos e a ponte protocerebral, sugerindo que essas regiões desempenham um papel crucial na regulação do comportamento social.

Os pesquisadores utilizaram uma técnica de interferência de RNA para reduzir a expressão do gene nlg3 nos lobos ópticos das moscas. Surpreendentemente, essa redução resultou em um aumento do espaço social, particularmente nos machos, indicando que a Nlg3 nos lobos ópticos pode estar envolvida na modulação da proximidade social. Por outro lado, a redução da nlg3 nos corpos de cogumelo ou na ponte protocerebral não teve um impacto significativo no espaço social. No entanto, a ativação ou o silenciamento dos neurônios nos corpos de cogumelo, independentemente da expressão de nlg3, afetou o comportamento social em ambos os sexos. Esses resultados sugerem que os corpos de cogumelo desempenham um papel central na regulação do comportamento social, enquanto a Nlg3 nos lobos ópticos contribui para as diferenças sexuais observadas.

Além disso, o estudo investigou o papel dos neurotransmissores na regulação do comportamento social. A redução da liberação de acetilcolina nos corpos de cogumelo diminuiu o espaço social nas fêmeas, enquanto a redução dos receptores de dopamina nos corpos de cogumelo aumentou o espaço social nos machos. Esses achados destacam a complexidade dos mecanismos neurais que controlam o comportamento social e revelam diferenças sexuais na maneira como diferentes neurotransmissores influenciam a interação social. Por fim, a pesquisa demonstrou que os neurônios fruitless, que exibem dimorfismo sexual, também desempenham um papel na regulação do comportamento social, com a ativação desses neurônios diminuindo o espaço social em ambos os sexos e o silenciamento aumentando especificamente o espaço social nos machos. Em conjunto, esses resultados oferecem uma visão fascinante dos circuitos neurais complexos que controlam o comportamento social e destacam as diferenças sexuais na organização e função desses circuitos.

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