O brincar de faz de conta é uma atividade crucial para o desenvolvimento infantil, permitindo que as crianças explorem o mundo ao seu redor, desenvolvam habilidades sociais e cognitivas, e expressem sua criatividade. No entanto, crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente apresentam dificuldades em iniciar e manter esse tipo de brincadeira, o que pode impactar seu desenvolvimento global.
Um estudo recente investigou como o uso de objetos reais pode influenciar a capacidade de crianças com TEA de generalizar o brincar de faz de conta para brinquedos. A pesquisa observou que, ao ensinar ações com objetos reais, como varrer o chão com uma vassoura de verdade ou cozinhar com utensílios de cozinha reais, as crianças foram capazes de transferir essas ações para o uso de brinquedos, como varrer com uma vassourinha de brinquedo ou cozinhar com panelinhas de plástico. Isso sugere que a experiência concreta com objetos reais pode servir como uma base sólida para a imaginação e a representação simbólica, elementos essenciais do brincar de faz de conta.
Essa descoberta tem implicações importantes para a intervenção terapêutica em crianças com TEA. Ao invés de simplesmente apresentar roteiros pré-definidos de brincadeira, os terapeutas e pais podem focar em proporcionar experiências ricas e significativas com objetos do cotidiano. Ao manipular e interagir com esses objetos, as crianças podem desenvolver uma compreensão mais profunda de suas funções e propriedades, o que facilita a transição para o brincar de faz de conta com brinquedos. Encorajar a exploração sensorial e a imitação de ações cotidianas pode ser uma estratégia eficaz para estimular a imaginação e promover o desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas em crianças com TEA. Este estudo ressalta a importância de abordagens individualizadas e focadas nas necessidades específicas de cada criança.
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