A reabilitação motora após lesões no sistema nervoso central tem sido um desafio constante na área da saúde. Lesões nessas áreas podem interromper as vias neurais que controlam os músculos, resultando em déficits motores significativos. No entanto, o cérebro ainda demonstra ritmos sensorimotores (SMRs) durante a intenção de movimento. É aqui que entram as interfaces cérebro-computador (BCIs), que podem decodificar esses SMRs para controlar dispositivos assistivos e promover a recuperação funcional.
Um estudo recente investigou como a estimulação elétrica da medula espinhal pode otimizar o uso de BCIs. A pesquisa focou na instabilidade dos SMRs, um problema comum em BCIs não invasivas que exige treinamento prolongado para que os usuários aprendam a modular seus SMRs de forma adequada. Os pesquisadores aplicaram estimulação elétrica espinhal transcutânea cervical (TESS) para inibir o córtex motor antes do treinamento longitudinal com BCI para membros superiores. Surpreendentemente, a inibição cortical induzida pela TESS aumentou a focagem e a força dos SMRs, resultando em um aprendizado acelerado no controle da BCI.
Os resultados mostraram melhorias significativas após apenas duas sessões de TESS, com os benefícios se mantendo por pelo menos uma semana em usuários que, de outra forma, não conseguiriam obter controle sobre a BCI. Esses resultados promissores sugerem que a estimulação elétrica da medula espinhal pode ser uma ferramenta valiosa para aprimorar a reabilitação motora baseada em BCI, abrindo novas possibilidades para pacientes com lesões na medula espinhal e outras condições neurológicas que afetam o movimento. A pesquisa aponta para o potencial da TESS como um método para otimizar a plasticidade neural e facilitar o aprendizado de habilidades motoras, oferecendo esperança para aqueles que buscam recuperar a funcionalidade após lesões neurológicas.
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