A hidrocefalia de pressão normal idiopática (HPNi) é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta principalmente idosos, caracterizada pela tríade de Hakim: distúrbios da marcha, incontinência urinária e declínio cognitivo. O diagnóstico preciso é crucial, pois os sintomas podem ser revertidos com tratamento adequado, como a cirurgia de derivação ventriculoperitoneal (DVP).
Um estudo recente investigou a relação entre biomarcadores no líquido cefalorraquidiano (LCR) e os resultados neurocognitivos após a cirurgia de DVP em pacientes com HPNi. O foco foi analisar como os níveis de Tau, Phospho-tau e a razão beta-amiloide (Aβ42/Aβ40) se correlacionam com a melhora cognitiva após a intervenção cirúrgica. Oitenta pacientes diagnosticados com HPNi e submetidos à derivação foram acompanhados, realizando testes neuropsicológicos antes e após a punção lombar, bem como seis semanas e três meses após a cirurgia.
Os resultados indicaram que pacientes com uma razão beta-amiloide mais alta no LCR apresentaram uma melhora cognitiva significativa após a cirurgia. Testes como o DemTect e o Trail Making Test A e B mostraram um desempenho aprimorado ao longo do tempo, especialmente no acompanhamento de três meses. Curiosamente, o Mini-Exame do Estado Mental (MMSE) não demonstrou uma melhora tão expressiva. Esses dados sugerem que a razão beta-amiloide pode ser um marcador prognóstico valioso para prever resultados neurocognitivos positivos após a cirurgia de DVP, enfatizando a importância de avaliações neuropsicológicas abrangentes e abrindo caminho para estratégias de tratamento personalizadas com base na análise de biomarcadores para otimizar a seleção de pacientes e melhorar os resultados em indivíduos com HPNi.
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