A relação entre a imaginação motora e os processos perceptivos tem sido objeto de intenso debate. Um estudo recente explorou essa conexão utilizando a ilusão do tamanho-peso, um fenômeno onde objetos de mesmo peso, mas tamanhos diferentes, são percebidos com pesos distintos. Essa ilusão cria uma dissociação entre a percepção e a ação, permitindo investigar a natureza da imaginação motora.
No experimento, participantes levantaram tijolos de mesma massa, mas com tamanhos diferentes, induzindo a ilusão do tamanho-peso. Os participantes foram divididos em três grupos, variando na modalidade de treinamento: imaginação motora (MI) e execução explícita (OE). A exposição à ilusão também variou, com alguns grupos tendo apenas uma repetição e outros cinco antes do treinamento. A hipótese inicial era que os grupos de imaginação motora apresentariam dinâmicas de levantamento consistentes com a ilusão, enquanto o grupo de execução manteria a precisão nas forças aplicadas.
Surpreendentemente, os resultados mostraram que os grupos de execução (OE) e o grupo de imaginação motora com maior exposição à ilusão (MI-10) mantiveram o efeito da ilusão após o treinamento. Apenas o grupo de imaginação motora com menor exposição (MI-2) ajustou a força de levantamento com base na crença de que objetos maiores são mais pesados. Esses achados sugerem que os processos perceptivos e motores estão interligados durante a imaginação motora, e a simulação do componente motor do movimento influencia a ação subsequente. Este estudo contribui para uma melhor compreensão de como o cérebro processa informações sensoriais e as utiliza para planejar e executar movimentos, revelando a complexa interação entre percepção e ação no contexto da imaginação motora.
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