Um estudo recente investigou a relação entre traços autísticos e a experiência e atitude em relação ao próprio corpo em pacientes do sexo feminino com transtornos alimentares. A pesquisa, realizada na Itália, sugere que características autísticas podem influenciar a forma como essas pacientes percebem e se sentem em relação à sua imagem corporal, conhecimento e satisfação com o corpo.
O estudo envolveu 44 mulheres diagnosticadas com transtornos alimentares. As participantes foram avaliadas utilizando o Adult Autism Subthreshold (ADAS) Spectrum, que avalia a presença de traços autísticos, e o Body Attitudes Test (BAT), que investiga alterações na atitude em relação ao corpo. Os resultados mostraram que domínios como “Empatia” e “Hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais” foram os mais representados no ADAS Spectrum.
Uma análise de regressão revelou associações significativas entre certos traços autísticos e a insatisfação com o corpo. Por exemplo, a “Inflexibilidade” e dificuldades na “Comunicação verbal” foram preditores de uma “Apreciação negativa do tamanho do corpo”. Além disso, dificuldades na “Comunicação não verbal” e “Hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais” estavam ligadas à falta de familiaridade com o próprio corpo. A insatisfação geral com o corpo também foi associada a dificuldades na “Comunicação não verbal”. Esses achados reforçam a ideia de que transtornos alimentares podem estar relacionados a condições de neurodesenvolvimento, como o autismo.
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