Lesões na medula espinhal podem ter um impacto devastador na autonomia dos indivíduos, especialmente na capacidade de locomoção. Uma pesquisa recente investigou o potencial de uma técnica de estimulação cerebral não invasiva, a estimulação por rajada theta intermitente (iTBS), para auxiliar na recuperação motora de pacientes com lesão medular incompleta (iSCI).
O estudo prospectivo dividiu pacientes com iSCI em dois grupos: um grupo recebeu iTBS excitatória e o outro recebeu uma simulação de iTBS (sham-iTBS), ambos seguidos por fisioterapia convencional. Os pesquisadores avaliaram diversos aspectos da função motora, como a força muscular dos membros inferiores (quadríceps, glúteo máximo, isquiotibiais, tibial anterior e gastrocnêmio), o escore motor dos membros inferiores (LEMS), a velocidade da marcha, o comprimento da passada, o equilíbrio (escala de equilíbrio de Berg), a capacidade de marcha (escala de capacidade de marcha de Holden), a estabilidade postural e o índice de Barthel modificado (MBI), que avalia a independência nas atividades diárias.
Após nove semanas de tratamento, ambos os grupos apresentaram melhoras significativas em diversos parâmetros, incluindo força muscular, velocidade da marcha e equilíbrio. No entanto, as melhoras foram mais acentuadas no grupo que recebeu iTBS real. Além disso, a taxa de sucesso do tratamento (melhora clinicamente significativa) foi de 86,96% no grupo iTBS, significativamente superior à do grupo sham-iTBS. Esses resultados sugerem que a iTBS excitatória pode ser uma ferramenta valiosa para potencializar a reabilitação motora em pacientes com lesões medulares incompletas, auxiliando na recuperação da força dos membros inferiores e na melhora da função da marcha, o que representa um avanço promissor para a área da Saude e qualidade de vida desses pacientes.
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