A deficiência de ferro é um problema nutricional global que afeta significativamente o metabolismo e a bioquímica celular das bactérias presentes em nosso intestino. Uma nova pesquisa explora como essa deficiência impacta diferentes tipos de bactérias e, por extensão, o eixo microbiota-intestino-cérebro (MGB), uma via de comunicação crucial para a saúde geral.
O estudo se concentrou em duas bactérias comuns: Escherichia coli (E. coli) e Limosilactobacillus reuteri (L. reuteri). Os pesquisadores simularam condições de deficiência de ferro em laboratório, utilizando um quelante de ferro chamado 2,2′-Bipiridil (BP), e observaram as respostas de cada bactéria. Os resultados mostraram que a L. reuteri não foi afetada pela falta de ferro, mantendo seu crescimento e viabilidade. Já a E. coli apresentou uma redução na taxa de crescimento e na sua capacidade de se multiplicar.
Além disso, os pesquisadores analisaram o perfil bioelétrico das bactérias, utilizando um corante sensível à voltagem. A E. coli, sob condições de deficiência de ferro, exibiu uma alteração significativa, com um aumento na despolarização celular. Curiosamente, essa alteração foi revertida quando o ferro foi adicionado em concentrações adequadas. Esses achados destacam a importância do ferro para a saúde e o funcionamento das bactérias intestinais, e como a deficiência desse mineral pode levar a respostas bioelétricas específicas. A compreensão dessas variações é fundamental para desvendar o papel da microbiota na saúde e na doença, especialmente em relação ao desequilíbrio nutricional de ferro e à sinalização bacteriana no eixo MGB.
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