Realidade Virtual Imersiva: Nova Ferramenta para Avaliar a Busca Visual Após AVC

O negligenciamento visuoespacial (NVE), uma condição comum após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), afeta a atenção do paciente ao lado oposto ao da lesão, impactando sua interação com o ambiente. Métodos tradicionais de avaliação, como testes de papel e caneta, podem não detectar deficiências sutis na busca visual, especialmente em ambientes dinâmicos e complexos. Um estudo recente investigou o uso da realidade virtual imersiva (RVI) como uma ferramenta para avaliar o comportamento de busca visual em pacientes com NVE.

A pesquisa utilizou uma tarefa de busca visual em RVI para analisar o desempenho de indivíduos com e sem NVE após o AVC, comparando-os a um grupo controle saudável. A tecnologia de rastreamento ocular e de cabeça foi integrada para caracterizar as estratégias de busca visual dos participantes em diferentes contextos espaciais e níveis de dificuldade. Os resultados indicaram que pacientes com NVE apresentaram as estratégias de busca menos eficientes, com tempos de busca mais longos e trajetórias mais extensas em comparação com os outros grupos. Surpreendentemente, o grupo de pacientes sem NVE também demonstrou algumas ineficiências na busca visual, sugerindo que os testes convencionais podem não identificar todas as dificuldades visuoespaciais.

As deficiências de busca foram mais evidentes no espaço extrapessoal e em tarefas mais complexas. Embora o estudo tenha sido realizado com um número limitado de participantes, os achados destacam o potencial da RVI para caracterizar o comportamento de busca visual de maneira mais precisa. A realidade virtual oferece um ambiente controlado e dinâmico que pode simular situações da vida real, permitindo uma avaliação mais completa das habilidades visuoespaciais. Estudos futuros com amostras maiores e mais diversificadas são necessários para validar o potencial diagnóstico dessa tecnologia e aprimorar as estratégias de reabilitação para pacientes com NVE após o AVC. A capacidade de identificar e tratar essas dificuldades sutis pode melhorar significativamente a qualidade de vida e a independência desses indivíduos.

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