No contexto da educação em saúde, a formação completa de um profissional envolve o desenvolvimento de habilidades cognitivas, psicomotoras e, crucialmente, afetivas. O domínio afetivo abrange valores, ética e competências emocionais, elementos indispensáveis para a atuação profissional, especialmente em áreas como enfermagem e medicina. No entanto, uma revisão recente da literatura aponta para uma lacuna significativa: enquanto o ensino e a aprendizagem dos aspectos cognitivos e psicomotores recebem atenção substancial, a avaliação sistemática do domínio afetivo ainda carece de desenvolvimento.
Uma revisão abrangente de estudos realizados em 13 países das Américas, Ásia e Europa revelou que a maioria das pesquisas se concentra nas estratégias de ensino e aprendizagem voltadas ao domínio afetivo. A pesquisa destaca que, apesar do reconhecimento da relevância do domínio afetivo, a literatura existente aborda predominantemente o ensino e a aprendizagem, com ênfase limitada em estratégias de avaliação sistemáticas. Essa falta de métodos de avaliação adequados representa um desafio para garantir que os futuros profissionais de saúde estejam preparados para lidar com as complexidades éticas e emocionais inerentes à profissão.
A importância de valores sólidos e da inteligência emocional no exercício da medicina e da enfermagem é inegável. Profissionais da saúde frequentemente se encontram em situações delicadas, que exigem empatia, respeito e capacidade de tomar decisões éticas. Portanto, é fundamental que as instituições de ensino invistam no desenvolvimento de ferramentas de avaliação que permitam mensurar o progresso dos estudantes no domínio afetivo. Ao identificar e suprir essa lacuna, será possível formar profissionais mais completos, aptos a oferecer um cuidado humanizado e de alta qualidade aos pacientes.
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