Pesquisas sobre ‘camuflagem social’ no autismo têm aumentado, mas a definição do termo ainda carece de consenso. Um estudo recente, uma revisão sistemática integrativa, buscou unificar as diversas compreensões sobre a camuflagem em adultos autistas sob uma única estrutura. O foco principal foi identificar diferentes tipos de estratégias de camuflagem e os fatores contextuais que as influenciam.
A revisão analisou 2346 artigos de diversas bases de dados, selecionando 28 estudos com dados qualitativos de 2669 participantes (homens, mulheres e indivíduos não binários) com autismo confirmado ou autoidentificado, com idade acima de 16 anos. Foram identificados seis tipos de estratégias de camuflagem e quatro fatores situacionais que modulam o seu uso. A ‘imitação’ demonstrou ser uma ferramenta crucial no aprendizado e desenvolvimento de estratégias de camuflagem, permitindo a transição da supressão comportamental para compensações mais sofisticadas.
Os resultados incentivam pesquisadores a situar dados de camuflagem dentro de estruturas como a proposta no estudo. No entanto, é importante notar que a amostra analisada era predominantemente composta por mulheres do Reino Unido, o que levanta questões sobre o impacto do gênero e da cultura britânica na compreensão atual da camuflagem no autismo. Estudos futuros devem considerar amostras mais diversas para ampliar o conhecimento sobre este fenômeno complexo e multifacetado, essencial para o bem-estar e inclusão de pessoas autistas. Entender a camuflagem social pode ajudar a desenvolver intervenções mais eficazes e personalizadas.
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