A rizotomia dorsal seletiva (RDS) é um procedimento cirúrgico que tem sido utilizado ao longo dos anos para o tratamento da espasticidade, principalmente em pacientes com paralisia cerebral. No entanto, a padronização das técnicas cirúrgicas e dos protocolos de reabilitação é um desenvolvimento relativamente recente. Essa falta de uniformidade histórica dificulta a comparação de resultados entre diferentes estudos, devido às variações nos critérios de seleção de pacientes, à heterogeneidade da paralisia cerebral e à diversidade nos métodos de reabilitação empregados.
Um dos desafios na avaliação dos resultados da RDS reside na identificação dos fatores que influenciam o sucesso da recuperação funcional a curto e longo prazo. Além de aspectos mais facilmente mensuráveis, como a avaliação da função motora grossa pré-operatória da criança (GMFM) e a severidade da espasticidade, é crucial considerar fatores sociais e cognitivos que podem impactar a participação do paciente no processo de reabilitação. A compreensão desses elementos contribui para uma abordagem mais abrangente e individualizada, otimizando os resultados da intervenção cirúrgica.
A reabilitação pós-operatória desempenha um papel fundamental na maximização dos benefícios da rizotomia dorsal seletiva. Os protocolos de reabilitação devem ser adaptados às necessidades específicas de cada paciente, levando em consideração suas habilidades motoras, nível de espasticidade e potencial de aprendizado. O objetivo principal é promover o ganho de força muscular, a melhora do controle motor e a aquisição de novas habilidades funcionais, permitindo que a criança alcance o máximo de independência possível em suas atividades diárias. A colaboração entre cirurgiões, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e a família do paciente é essencial para garantir um plano de reabilitação eficaz e bem-sucedido.
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