O sistema atencional do cérebro humano é constantemente bombardeado por informações, e a maneira como priorizamos esses estímulos tem um impacto direto em nosso desempenho. Um estudo recente investigou como recompensas influenciam essa priorização, utilizando o teste de Stroop, um paradigma clássico em psicologia que avalia a capacidade de inibir informações irrelevantes.
A pesquisa revelou que estímulos associados a recompensas tendem a receber prioridade. Quando a dimensão relevante de uma tarefa está ligada a uma recompensa potencial, o desempenho melhora. No entanto, o oposto também é verdadeiro: se a dimensão irrelevante está associada a uma recompensa, o desempenho pode ser prejudicado. Esse fenômeno é exemplificado no teste de Stroop, onde a associação de cores a recompensas pode tanto facilitar (responsividade à recompensa) quanto dificultar (modulação da interferência da associação da recompensa – MIRA) o processo cognitivo.
Os pesquisadores exploraram se a magnitude da recompensa e a persistência dessas associações após a descontinuação da recompensa influenciavam a responsividade à recompensa e o MIRA. Os resultados sugerem que recompensas maiores aumentam a responsividade, especialmente quando os participantes estão cientes da relação entre estímulo e recompensa. Por outro lado, o prejuízo causado por cores associadas a grandes recompensas só foi observado quando os participantes tinham pouco conhecimento dessa relação ou durante a fase de extinção, quando as cores associadas à recompensa se tornavam menos relevantes. Esses achados destacam a distinção entre a busca por maximizar ganhos e a priorização não intencional de informações irrelevantes, sugerindo que associações que geram maior responsividade não necessariamente levam a um maior comprometimento do processamento de conflitos.
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