A exposição à poluição do ar durante a gravidez representa um fator de risco significativo para a saúde infantil, estando associada ao desenvolvimento de asma e outras condições alérgicas. Uma pesquisa recente investigou como essa exposição pré-natal pode alterar a metilação do DNA em genes relevantes para o desenvolvimento e para o sistema imunológico, com o objetivo de identificar potenciais alvos de intervenção para melhorar a saúde das crianças.
O estudo analisou amostras biológicas (placenta, mucosa bucal, sangue do cordão umbilical, mucosa nasal e lavado broncoalveolar) de 1906 crianças participantes do programa Environmental Influences on Child Health Outcomes. Os pesquisadores avaliaram a exposição pré-natal a poluentes como ozônio, dióxido de nitrogênio e material particulado fino, utilizando dados do histórico residencial das mães durante a gravidez e modelos espaço-temporais. Eles então investigaram os efeitos da poluição do ar nos níveis de metilação do DNA em genes específicos.
Os resultados revelaram que a metilação do DNA em 154 genes (de um total de 4746 testados) estava associada à exposição à poluição do ar, com variações significativas dependendo do poluente, do tipo de amostra biológica e do período da gravidez. O segundo trimestre da gestação apresentou o menor número de associações genéticas. As mudanças na metilação do DNA em genes relacionados ao sistema respiratório e imunológico foram particularmente relevantes. Esses achados sugerem que a exposição à poluição do ar durante a gravidez pode ter um impacto duradouro na saúde das crianças, alterando a expressão de genes importantes para o desenvolvimento e a função imunológica, aumentando potencialmente o risco de doenças respiratórias e alergias. Estudos futuros devem aprofundar a relação entre esses genes sensíveis à poluição e a saúde infantil.
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