Um estudo recente publicado no The Clinical Journal of Pain investigou a fundo a questão da dor crônica em indivíduos autistas. A pesquisa, uma revisão sistemática, buscou compilar o conhecimento mais atualizado sobre a prevalência, avaliação e tratamento da dor crônica nesse grupo específico da população.
Os pesquisadores realizaram uma extensa busca em diversas bases de dados eletrônicas, incluindo PubMed/MedLine, CINAHL, PsychINFO, PubPsych, Scopus e Web of Science, cobrindo desde o início dos registros até julho de 2024. A análise inicial identificou mais de 5.600 citações, das quais 26 artigos foram selecionados para a revisão final. Esses artigos forneciam dados sobre a epidemiologia da dor crônica, métodos de avaliação e abordagens de tratamento. As áreas do corpo mais frequentemente afetadas pela dor crônica relatada foram o abdômen e a cabeça. Um ponto importante destacado pelo estudo é que a maioria das ferramentas de avaliação utilizadas eram preenchidas por pais ou profissionais, com apenas um estudo utilizando medidas auto-relatadas.
A revisão sistemática revelou que indivíduos autistas experimentam condições de dor crônica, como dor abdominal crônica e enxaquecas, em proporções semelhantes à população em geral. No entanto, o estudo também evidenciou desafios significativos na avaliação precisa e no tratamento eficaz da dor crônica em pessoas com autismo. Os autores enfatizam a necessidade de maior conscientização por parte dos profissionais de saúde, identificação precoce dos quadros de dor e estratégias de tratamento personalizadas para atender às necessidades específicas de cada indivíduo. A pesquisa aponta para a importância de intervenções psicológicas no manejo da dor crônica em pessoas autistas, mas ressalta a escassez de estudos focados nesse tipo de tratamento.
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