Um estudo recente explorou a saúde mental de indivíduos que acessam e compartilham material de abuso sexual infantil (CSAM) na Darknet. A pesquisa, que analisou o perfil psiquiátrico de 160 usuários, majoritariamente homens e não condenados, revelou uma série de comorbidades psiquiátricas e suas correlações com o comportamento relacionado ao CSAM.
Os resultados indicaram que interesses pedófilos são comuns entre esses indivíduos, mas também identificaram a presença de outras condições, como hipersexualidade, traços de autismo, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e depressão. A análise mostrou associações significativas entre essas patologias e o comportamento de uso de CSAM. Por exemplo, a hipersexualidade foi relacionada ao tempo gasto visualizando o material, enquanto o interesse zoofílico demonstrou ligação com a severidade do conteúdo acessado. Curiosamente, tanto o interesse zoofílico quanto o pedófilo se mostraram associados à idade da criança mais jovem presente no CSAM visualizado.
Essas descobertas destacam a complexidade da saúde mental dos usuários de CSAM e a importância de compreender as diversas condições psiquiátricas que podem estar presentes. A identificação de fatores de risco, como hipersexualidade e interesses sexuais atípicos, pode ser crucial para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e prevenção mais eficazes. Além disso, o estudo ressalta a necessidade de abordar as múltiplas necessidades de saúde mental desses indivíduos, que vão além dos interesses pedófilos, incluindo depressão, TDAH e traços autistas. Compreender esse perfil complexo é fundamental para a criação de abordagens terapêuticas e de reabilitação mais abrangentes e direcionadas.
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