A mobilização precoce de pacientes em ventilação mecânica na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) tem sido amplamente recomendada, visando a recuperação e minimização de complicações. No entanto, um estudo recente avaliou a relação custo-efetividade dessa prática, comparando a mobilização ativa precoce com os cuidados usuais de mobilização.
A pesquisa, conduzida em 49 UTIs em diversos países, incluindo o Brasil, acompanhou 733 pacientes adultos em ventilação mecânica invasiva. Os resultados indicaram que, embora a mobilização ativa precoce demande mais tempo da equipe, os custos incrementais não foram significativamente diferentes entre os grupos. Além disso, não houve diferença significativa na qualidade de vida dos pacientes após seis meses, medida através do índice EuroQoL-5D.
A análise da custo-efetividade revelou que a probabilidade de a mobilização ativa precoce ser vantajosa é inferior a 50%, mesmo considerando um alto limite de disposição a pagar por um ano de vida ajustado pela qualidade (QALY). Análises de sensibilidade sugerem que a mobilização precoce pode gerar economia, mas isso estaria associado a ganhos menores em QALY em comparação com a mobilização usual. Portanto, mais estudos são necessários para identificar os cenários em que a mobilização ativa precoce oferece um bom retorno sobre o investimento, equilibrando custos e benefícios para o paciente.
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