Terapia de Observação da Ação: Quanto Tempo Observar para Melhorar a Destreza?

A terapia de observação da ação (TOA) tem se mostrado uma abordagem promissora na reabilitação de funções motoras, especialmente após lesões nervosas. A ideia central é que observar a execução de um movimento pode ativar áreas do cérebro relacionadas ao planejamento e execução motora, facilitando a recuperação. Embora já se saiba sobre a importância do tempo total de observação e da duração das sessões diárias, uma questão ainda em aberto é qual o tempo ideal de observação por tentativa individual para maximizar os benefícios.

Um estudo recente investigou o impacto de diferentes durações de observação na destreza manual, na atividade do sistema de neurônios-espelho (um mecanismo cerebral fundamental na TOA) e no esforço psicomotor subjetivo em adultos saudáveis. Vinte e quatro participantes foram submetidos a quatro condições: observar rotações de bola com a mão dominante por um, dois ou três minutos, ou observar padrões geométricos (grupo de controle) por dois minutos. Os pesquisadores avaliaram o desempenho na rotação de bola, a atividade do sistema de neurônios-espelho e a percepção subjetiva de concentração, fadiga física e mental.

Os resultados indicaram que o desempenho na rotação de bola melhorou significativamente após uma observação de dois minutos. Curiosamente, uma observação de três minutos também mostrou um efeito notável na mão não utilizada na intervenção, sugerindo uma transferência de aprendizado. A atividade do sistema de neurônios-espelho foi maior durante a observação de dois minutos em comparação com o grupo de controle. No entanto, tempos de observação mais longos (dois e três minutos) resultaram em maior fadiga mental, e a observação de três minutos também foi associada a níveis mais baixos de concentração. Esses achados sugerem que existe um ponto ideal para a duração da observação, onde os benefícios na destreza manual e na ativação do sistema de neurônios-espelho são maximizados sem causar fadiga mental excessiva ou diminuição da concentração. A pesquisa ressalta a complexa relação entre aprendizado observacional e esforço psicomotor, oferecendo *insights* importantes para otimizar as estratégias de reabilitação baseadas em TOA.

Origem: Link

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima