Um estudo recente investigou os efeitos do consumo de diferentes tipos de adoçantes calóricos no desenvolvimento neurológico de ratas adolescentes. Os resultados, publicados na revista Nutritional Neuroscience, apontam para uma associação entre o consumo de xarope de milho rico em frutose (HFCS) e alterações fisiológicas e de expressão gênica que podem estar relacionadas a distúrbios do neurodesenvolvimento, como o transtorno do espectro autista (TEA).
Durante o estudo, ratas jovens foram divididas em grupos e alimentadas com água adoçada com diferentes tipos de açúcar (HFCS, sacarose, frutose) ou água pura (grupo controle) durante oito semanas. Os pesquisadores observaram que as ratas que consumiram a solução de HFCS apresentaram um aumento no consumo de líquidos, porém uma redução na ingestão de alimentos sólidos. Além disso, apresentaram sinais de estresse crônico, como o aumento do peso das glândulas adrenais, e irregularidades nos ciclos estrais, indicando um impacto no sistema reprodutivo. A análise do RNA revelou alterações significativas na expressão de genes relacionados aos ciclos de sono circadianos, neurotoxicidade e genes associados ao TEA.
Embora este seja um estudo pré-clínico, realizado em animais, os resultados levantam importantes questões sobre o consumo de HFCS, especialmente durante a adolescência, uma fase crucial para o desenvolvimento do cérebro. As descobertas sugerem que o consumo excessivo de HFCS pode levar a alterações metabólicas e neurológicas que, a longo prazo, podem aumentar o risco de distúrbios do neurodesenvolvimento. É importante ressaltar que mais pesquisas são necessárias para confirmar esses achados em humanos e determinar os mecanismos exatos pelos quais o HFCS pode afetar o cérebro em desenvolvimento. No entanto, os resultados atuais reforçam a importância de uma dieta equilibrada e da moderação no consumo de açúcares, especialmente aqueles presentes em alimentos processados e bebidas adoçadas.
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