O treino intervalado de alta intensidade (SIT), caracterizado por curtos períodos de esforço máximo intercalados com descanso, é uma modalidade popular por sua eficiência em melhorar a performance física. Uma das características desse tipo de treino é o recrutamento significativo de fibras musculares do tipo 2, que são responsáveis por movimentos rápidos e explosivos. No entanto, um estudo recente investigou como a suplementação com antioxidantes pode influenciar as adaptações musculares resultantes desse treinamento.
A pesquisa, publicada no The Journal of Physiology, avaliou os efeitos da suplementação com vitaminas C e E em jovens submetidos a um programa de SIT de três semanas. Os resultados indicaram que a suplementação antioxidante atenuou a resposta proteômica ao treinamento, especialmente nas fibras musculares do tipo 2. Em outras palavras, a suplementação pareceu limitar as adaptações positivas que normalmente ocorrem nos músculos como resultado do SIT. Mais especificamente, o estudo mostrou que o tratamento com antioxidantes diminuiu a ativação de genes relacionados à detecção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e reguladores inflamatórios durante a primeira sessão de SIT.
Apesar dessa atenuação nas adaptações musculares, o estudo observou que a suplementação antioxidante não afetou a melhora no desempenho máximo durante o ciclismo. Isso sugere que, embora a suplementação possa interferir nas adaptações musculares, ela não impede a melhoria na capacidade de realizar exercícios de alta intensidade. Os autores concluem que o recrutamento de fibras do tipo 2 e as adaptações proteômicas resultantes são fundamentais para a eficácia do SIT. Eles também alertam que a suplementação com antioxidantes pode ser contraproducente, atenuando as adaptações musculares positivas ao SIT, o que pode impactar negativamente o desempenho em atividades de resistência submáxima, embora não afete o desempenho máximo quando a entrega de oxigênio ao músculo se torna o fator limitante. Em resumo, o estudo fornece evidências de que a crença comum de que os suplementos antioxidantes são sempre benéficos no contexto do exercício físico pode não ser verdadeira, e que a suplementação pode, em certos casos, prejudicar as adaptações musculares desejadas.
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