A estenose espinhal lombar, uma condição que causa o estreitamento do canal espinhal na região lombar, pode levar à claudicação neurogênica intermitente, caracterizada por dor e desconforto nas pernas durante a caminhada. A cirurgia de descompressão é frequentemente realizada para aliviar essa condição, mas a recuperação pode variar entre os pacientes.
Um estudo recente investigou a relação entre a quantidade de gordura intramuscular (GIM) nos músculos lombares antes da cirurgia e a recuperação dos pacientes cinco anos após o procedimento. Os pesquisadores focaram especificamente nos músculos multifidus lombar e eretor da espinha, utilizando exames de ressonância magnética (RM) para quantificar a GIM. Os resultados indicaram que níveis mais baixos de GIM no músculo multifidus lombar antes da cirurgia estavam associados a uma recuperação mais bem-sucedida e a melhores resultados cirúrgicos em geral. Surpreendentemente, a quantidade de GIM no músculo eretor da espinha não apresentou a mesma correlação.
Os pacientes com menor quantidade de gordura no músculo multifidus lombar relataram uma taxa de sucesso na recuperação de 53,7%, enquanto aqueles com maior quantidade de gordura apresentaram uma taxa de 37,5%. Da mesma forma, o sucesso cirúrgico foi de 76,5% no grupo com menor gordura, em comparação com 59,9% no grupo com maior gordura. Essa associação persistiu mesmo após o ajuste para outros fatores que poderiam influenciar a recuperação, sugerindo que a GIM no músculo multifidus lombar pode ser um indicador importante do prognóstico pós-operatório. Além disso, foi observado que pacientes com menos gordura no músculo multifidus lombar direito experimentaram menos incapacidade. Esses achados destacam a importância da condição muscular pré-operatória, especialmente do músculo multifidus lombar, na previsão dos resultados da cirurgia de descompressão para estenose espinhal lombar.
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