A diversidade no banco de sangue é crucial para garantir o tratamento adequado de pacientes com doenças hereditárias do sangue, como a anemia falciforme. Muitos desses pacientes dependem de transfusões regulares de glóbulos vermelhos, e a distribuição desigual de antígenos entre diferentes grupos étnicos aumenta o risco de aloimunização, uma reação imunológica a componentes do sangue transfundido. Um estudo recente investigou os fatores que influenciam a doação de sangue entre a comunidade negra irlandesa, visando desenvolver estratégias mais eficazes para aumentar a participação desse grupo.
A pesquisa utilizou grupos focais online com pessoas de ascendência africana residentes na Irlanda, buscando compreender tanto os motivadores quanto as barreiras para a doação de sangue. Os resultados revelaram que crenças pessoais, desconfiança em relação a organizações de saúde, experiências negativas anteriores, falta de informação e a prática da doação de reposição (quando familiares doam para um paciente específico) atuam como principais obstáculos. Por outro lado, o altruísmo, o desejo de representação da comunidade negra, o acesso a informações direcionadas, a vontade de ajudar a própria comunidade e a construção de confiança foram identificados como importantes incentivos.
As conclusões do estudo reforçam a necessidade de campanhas de recrutamento de doadores de sangue na comunidade negra irlandesa serem cuidadosamente elaboradas, levando em consideração as atitudes diversas em relação à doação e as normas sociais existentes. Em um país multicultural como a Irlanda, é fundamental que o banco de sangue reflita essa diversidade, garantindo um suprimento adequado para todos os pacientes que necessitam de transfusões. Compreender e abordar as barreiras específicas enfrentadas por diferentes grupos étnicos é um passo crucial para construir um sistema de saúde mais equitativo e eficiente.
Origem: Link