A adolescência é um período crucial para o desenvolvimento de hábitos que impactarão a saúde ao longo da vida. Um estudo recente, baseado em dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019, investigou os padrões alimentares de adolescentes brasileiros e os fatores associados a esses padrões. A pesquisa, que envolveu mais de 125 mil estudantes entre 13 e 17 anos, buscou identificar se os adolescentes estavam consumindo uma dieta saudável ou não saudável, e quais elementos influenciavam essas escolhas.
Os resultados da análise revelaram dois componentes principais nos hábitos alimentares dos adolescentes. O primeiro componente destacou o consumo regular de frutas, verduras e feijão, indicando uma dieta mais saudável e alinhada com as recomendações nutricionais. O segundo componente, por outro lado, apontou para o consumo não regular de doces, refrigerantes e fast food, caracterizando uma dieta menos nutritiva e potencialmente prejudicial à saúde. A pesquisa também identificou que diversos fatores socioeconômicos e comportamentais estavam associados a esses padrões alimentares.
O estudo demonstrou que adolescentes residentes nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, com mães com maior escolaridade, que não consomem álcool, praticam atividade física, não são sedentários, tomam café da manhã, almoçam ou jantam com os pais, evitam comer enquanto realizam outras atividades e participam de programas de alimentação escolar apresentaram maior probabilidade de consumir regularmente frutas, verduras e feijão. Já os adolescentes do sexo masculino, com idade entre 16 e 17 anos, que frequentam escolas públicas, não consomem álcool e não são sedentários demonstraram menor probabilidade de consumir, de forma não regular, doces, refrigerantes e fast food. Esses achados reforçam a importância de políticas públicas e intervenções direcionadas para promover hábitos alimentares saudáveis entre os jovens, considerando as particularidades de cada grupo.
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