Um estudo recente investigou a hesitação em relação à vacinação entre pediatras no Brasil e como essa hesitação se reflete em seus pacientes. A pesquisa buscou identificar fatores que possam mitigar essa resistência, visando aumentar a adesão à vacinação tanto entre os profissionais de saúde quanto na população infantil. A importância desse estudo reside no papel crucial que os pediatras desempenham na promoção da saúde e na disseminação de informações confiáveis sobre vacinas.
A metodologia do estudo envolveu um questionário online enviado a pediatras afiliados à Sociedade Brasileira de Pediatria. Os dados coletados foram analisados utilizando métodos estatísticos avançados, como análise fatorial exploratória, análise de componentes principais e modelos lineares mistos generalizados. Os resultados revelaram que, de um total de 982 participantes, a maioria era do sexo feminino (77,4%). Apenas 41,14% dos pediatras possuíam o esquema vacinal completo, enquanto 90,6% haviam realizado residência médica. A pesquisa também identificou que 9,3% trabalhavam no setor público, 30,4% no setor privado e 60,3% em ambos.
Um achado significativo foi a associação entre o status vacinal dos pediatras e suas concepções errôneas sobre as vacinas contra a COVID-19. Aqueles com o esquema vacinal completo demonstraram menos equívocos em relação às vacinas (diferença média de -0,15, p = 0,010). Além disso, pediatras com experiência em residência médica também apresentaram menos ideias equivocadas sobre as vacinas contra a COVID-19 (diferença média de -0,33, p = 0,002). Esses resultados enfatizam a importância da educação continuada e da experiência profissional na formação de opiniões informadas sobre vacinas. A análise também revelou a existência de dois perfis distintos entre os pediatras, com variações na educação sobre vacinas, experiência profissional e percepções de confiança nas vacinas. Em conclusão, o estudo destaca a necessidade de intervenções educacionais direcionadas para promover a confiança nas vacinas e combater a hesitação dentro da comunidade de profissionais de saúde. A experiência em residência médica se mostrou um fator importante na diminuição de concepções errôneas sobre a vacinação.
Origem: Link