Pesquisadores identificaram uma possível ligação entre os níveis de uma molécula específica, o miR-195-5p, encontrada no soro sanguíneo de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e a gravidade da condição. O estudo, publicado na revista Psychiatric Genetics, sugere que essa molécula pode servir como um futuro alvo tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento do autismo.
O estudo envolveu a análise dos níveis de miR-195-5p em um grupo de 30 crianças diagnosticadas com TEA e um grupo controle de 30 crianças com desenvolvimento típico. Os resultados mostraram que as crianças com TEA apresentavam níveis significativamente mais altos de miR-195-5p em comparação com o grupo controle. Além disso, os pesquisadores observaram uma correlação positiva entre os níveis dessa molécula e a gravidade dos sintomas do autismo, avaliada por meio de escalas de avaliação comportamental específicas para o TEA, como CARS, ABC e CABS. Foi observado também que o FGFR1, um gene alvo do miR-195-5p, apresentava níveis reduzidos em crianças com TEA, demonstrando uma correlação negativa com o miR-195-5p.
Essas descobertas são promissoras, pois indicam que o miR-195-5p pode atuar como um biomarcador, auxiliando na identificação precoce do TEA e permitindo intervenções mais rápidas e eficazes. Além disso, a compreensão do papel dessa molécula na patofisiologia do autismo pode levar ao desenvolvimento de novas terapias direcionadas, visando modular a sua expressão e, consequentemente, atenuar os sintomas da condição. No entanto, é importante ressaltar que esta é uma área de pesquisa em desenvolvimento, e estudos futuros com amostras maiores e mais diversas são necessários para confirmar esses resultados e determinar o potencial real do miR-195-5p como ferramenta diagnóstica e terapêutica no TEA.
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