Um estudo recente investigou a relação entre o nível de escolaridade materna e o desenvolvimento de comportamentos atípicos em bebês que sofreram Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica (EHI) e foram tratados com hipotermia terapêutica. A pesquisa, publicada na revista Pediatric Neurology, destaca a importância dos fatores sociais na saúde e recuperação desses bebês.
A Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica é uma condição que ocorre quando o bebê sofre falta de oxigênio durante o parto, podendo levar a danos cerebrais. A hipotermia terapêutica é um tratamento que visa resfriar o bebê para proteger o cérebro desses danos. O estudo acompanhou 408 bebês sobreviventes de EHI, avaliando seus comportamentos aos dois anos de idade através do Child Behavior Checklist (CBCL), um questionário respondido pelos pais. Os resultados mostraram que bebês cujas mães tinham menor escolaridade apresentaram um risco significativamente maior de desenvolver comportamentos atípicos, como traços do espectro autista, isolamento social, problemas afetivos e dificuldades de atenção.
Especificamente, o estudo revelou que bebês de mães que não completaram o ensino superior tinham chances de 5 a 8 vezes maiores de apresentar comportamentos atípicos em comparação com aqueles cujas mães eram graduadas. É importante notar que a severidade da encefalopatia ao nascimento não se mostrou um fator independente associado a esses comportamentos, sugerindo que outros fatores, como o ambiente social e familiar, podem ter um papel crucial no desenvolvimento da criança após a EHI. Estes achados reforçam a necessidade de intervenções precoces e apoio direcionado a famílias em situação de vulnerabilidade social para otimizar a recuperação e o desenvolvimento saudável de crianças que enfrentaram a EHI. A pesquisa ressalta a necessidade de considerar os determinantes sociais da saúde ao planejar e implementar cuidados para bebês com EHI, garantindo que todas as crianças tenham a oportunidade de atingir seu pleno potencial.
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