A incidência de adenocarcinoma esofágico (OAC), uma condição muitas vezes decorrente do esôfago de Barrett (BO), tem aumentado em paralelo com o consumo de dietas ricas em gordura. No entanto, o tipo de gordura parece desempenhar um papel crucial. Um novo estudo investigou como diferentes tipos de ácidos graxos podem influenciar a progressão do esôfago de Barrett para o adenocarcinoma, com resultados preocupantes sobre o impacto da gordura saturada.
Pesquisadores descobriram que dietas ricas em gorduras saturadas (SFA) induzem um perfil metabólico e pró-inflamatório mais adverso no tecido adiposo, em comparação com dietas ricas em ácidos graxos monoinsaturados (MUFA), mesmo com níveis semelhantes de obesidade. Através de análises proteômicas, foi demonstrado que a gordura saturada, e não a monoinsaturada, aumenta significativamente o metabolismo de ácidos graxos, a sinalização oncogênica e a cadeia respiratória mitocondrial em células do esôfago de Barrett, mas não em células de adenocarcinoma esofágico. Isso sugere que a gordura saturada pode ter um efeito mais prejudicial nas fases iniciais da doença.
Além disso, a análise metabólica celular validou os achados proteômicos, revelando disfunção mitocondrial no esôfago de Barrett após tratamento com gordura saturada, enquanto o adenocarcinoma esofágico apresentou um aumento na glicólise. O estudo também evidenciou uma diminuição na produção de ATP mitocondrial em ambas as células do esôfago de Barrett e adenocarcinoma esofágico após o tratamento com gordura saturada. Em resumo, os resultados indicam que a redução da ingestão de gordura saturada pode ser uma abordagem terapêutica complementar benéfica para controlar e/ou prevenir a progressão do adenocarcinoma esofágico, especialmente em indivíduos com esôfago de Barrett. Priorizar o consumo de gorduras monoinsaturadas em detrimento das saturadas pode ser uma estratégia importante para a saúde do esôfago.
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