A capacidade de alternar entre tarefas é uma habilidade fundamental que se desenvolve durante a infância. Embora a prática melhore o desempenho infantil nessa área, os mecanismos cerebrais por trás dessa evolução permanecem um mistério. Um estudo recente investigou como o treinamento intensivo de troca de tarefas afeta o desempenho cognitivo e a atividade cerebral em crianças de 8 a 11 anos.
Durante nove semanas, as crianças foram divididas em três grupos: um grupo com treinamento intensivo em troca de tarefas, outro com foco em uma única tarefa e um grupo de controle passivo. Os resultados revelaram que ambos os grupos de treinamento apresentaram uma redução inicial nos custos associados à alternância entre tarefas. No entanto, apenas o grupo de troca de tarefas conseguiu manter essa melhora ao final do período de treinamento. A atividade no córtex pré-frontal dorsolateral, uma região cerebral importante para o controle cognitivo, diminuiu com o treinamento, mas novamente, essa redução sustentada foi observada apenas no grupo de troca de tarefas.
Esses achados sugerem que o treinamento intensivo em troca de tarefas pode levar a mudanças duradouras na forma como o cérebro processa informações. A diminuição nos custos da troca de tarefas, juntamente com a redução da ativação cerebral, indica um aumento na eficiência do processamento nas regiões frontoparietais do cérebro. Aparentemente, a experiência de alternar constantemente entre tarefas desafia o cérebro de maneira que o treinamento em uma única tarefa não consegue, resultando em adaptações neurais mais significativas e um melhor desempenho cognitivo a longo prazo. Isso pode ter implicações importantes para o desenvolvimento de estratégias de aprendizado e intervenções para melhorar o controle cognitivo em crianças.
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