Índice de Multimorbidade Específico para Autistas: Impacto na Mortalidade por COVID-19

Pessoas autistas frequentemente enfrentam desafios significativos no sistema de saúde, incluindo disparidades nos resultados de saúde e padrões de multimorbidade distintos da população em geral. Uma pesquisa recente investigou a eficácia dos índices de multimorbidade existentes na previsão da mortalidade por COVID-19 entre adultos autistas e propôs um índice sob medida, denominado ASD-MI, especificamente adaptado ao perfil de saúde dessa população.

O estudo, utilizando dados abrangentes do CVD-COVID-UK/COVID-IMPACT Consortium, que abrange a população inteira da Inglaterra, identificou 1.027 adultos autistas hospitalizados por COVID-19. Destes, 62 vieram a falecer devido ao vírus. Através de regressão logística com validação cruzada de cinco vezes, os pesquisadores selecionaram preditores para o ASD-MI e compararam as áreas sob a curva (AUCs) entre os índices de multimorbidade. Diabetes, doença cardíaca coronária e distúrbios da tireoide emergiram como preditores significativos para o ASD-MI.

O ASD-MI demonstrou um desempenho superior ao Quan Index, uma medida baseada na população em geral, com uma AUC de 0,872 em comparação com 0,828, respectivamente. Além disso, o ASD-MI exibiu um melhor ajuste do modelo (pseudo-R2 de 0,25) em relação ao Quan Index (pseudo-R2 de 0,20). Esses resultados enfatizam a necessidade de índices personalizados na previsão de riscos de mortalidade em indivíduos autistas. No entanto, é crucial interpretar os resultados com cautela, dada a compreensão ainda limitada da carga de morbidade nesta população. Mais pesquisas são necessárias para refinar os índices específicos para autismo e elucidar a complexa interação entre condições de longo prazo e risco de mortalidade, a fim de informar intervenções direcionadas para abordar as disparidades de saúde em adultos autistas. Este estudo ressalta a importância de desenvolver ferramentas de saúde adaptadas às necessidades únicas das populações neurodivergentes para melhorar os resultados de saúde e reduzir as desigualdades.

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