Um estudo recente publicado no Journal of Neurodevelopmental Disorders investigou as nuances do controle motor fino em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com foco especial no papel do feedback visual e da memória motora. A pesquisa revelou que pessoas com autismo podem apresentar diferenças significativas na forma como processam informações visuais e utilizam a memória motora para realizar tarefas que exigem precisão.
O estudo envolveu participantes com idades entre 10 e 25 anos, divididos em dois grupos: indivíduos com TEA e um grupo de controle neurotípico. Os participantes foram submetidos a testes de preensão que exigiam o uso dos dedos indicador e polegar para aplicar pressão em sensores de força. Em algumas tarefas, eles recebiam feedback visual constante sobre a força que estavam aplicando, enquanto em outras, o feedback visual era removido após um curto período, exigindo que confiassem na memória motora para manter a pressão desejada.
Os resultados indicaram que indivíduos com autismo demonstraram uma maior tendência à perda de força quando o feedback visual era removido, sugerindo que a memória motora pode ser menos eficiente nesse grupo. Além disso, em idades mais jovens, o grupo com TEA apresentou menor precisão e maior variabilidade na força aplicada, embora essas diferenças tendessem a diminuir na adolescência. Esses achados sugerem que o desenvolvimento das habilidades motoras pode seguir uma trajetória diferente em indivíduos com autismo, com um possível atraso no desenvolvimento de processos de controle motor. A pesquisa destaca a importância de intervenções precoces que visem melhorar a coordenação motora e o uso eficiente do feedback visual e da memória motora em pessoas com TEA.
Origem: Link