Um estudo recente lança luz sobre os desafios enfrentados por mulheres idosas que desempenham o papel de cuidadoras em contextos de pobreza. A pesquisa, publicada no Journal of Advanced Nursing, explora as perspectivas dessas mulheres em um país de alta renda, revelando uma realidade complexa de apoio limitado e acesso desigual a recursos essenciais. O estudo qualitativo destaca a importância de considerar a saúde dessas cuidadoras sob uma perspectiva de gênero e socioeconômica.
A análise revelou que essas mulheres frequentemente experimentam uma dualidade em seu papel de cuidadoras: por um lado, oferecem suporte informal vital, mas, por outro, enfrentam negligência estrutural por parte do sistema. Muitas vezes, o cuidado familiar na terceira idade é visto como uma extensão de uma vida dedicada aos outros, perpetuando desigualdades de gênero. O estudo identificou três temas principais: a já mencionada dualidade entre apoio informal e negligência, a continuidade do papel de cuidadora ao longo da vida e a questão do cuidado familiar feminino como um problema de gênero.
As conclusões do estudo enfatizam que a pobreza agrava a vulnerabilidade dessas cuidadoras, intensificando a desigualdade de gênero e impactando negativamente sua saúde mental e física. A falta de apoio formal as coloca sob pressão constante para atender às suas próprias necessidades e às de seus dependentes, levando a problemas de saúde significativos. As implicações para a prática de enfermagem são claras: é crucial implementar intervenções que avaliem os determinantes sociais da saúde, abordando as barreiras de gênero e socioeconômicas. Estratégias como o gerenciamento de casos comunitários e programas de referência de recursos podem conectar essas mulheres a redes de apoio essenciais, promovendo sua saúde e bem-estar geral e restaurando a dignidade que merecem.
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