Um estudo recente conduzido no Japão investigou a relação entre o Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo (TARE) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças e adolescentes. O TARE é caracterizado pela dificuldade persistente em atender às necessidades nutricionais e energéticas, seja por falta de interesse em comer, aversão sensorial aos alimentos ou preocupação com as consequências negativas da alimentação. A pesquisa buscou identificar fatores clínicos associados aos resultados do TARE e explorar sua ligação com o TEA.
O estudo retrospectivo analisou dados de 48 pacientes japoneses com TARE. Os pesquisadores compararam dois grupos: um com bom prognóstico e outro com prognóstico menos favorável. Os resultados revelaram que a prevalência de TEA comórbido era significativamente maior no grupo com pior prognóstico (60%) em comparação com o grupo com bom prognóstico (21%). Além disso, mais da metade dos pacientes com TARE e TEA comórbido não haviam sido diagnosticados com autismo inicialmente. A análise multivariada indicou que a idade mais avançada na primeira consulta e a comorbidade com TEA foram fatores estatisticamente significativos associados ao prognóstico desfavorável em pacientes com TARE.
As conclusões do estudo destacam a importância da avaliação precoce das características de desenvolvimento dos pacientes com TARE. Considerando a alta prevalência de TEA não diagnosticado em indivíduos com TARE e a associação entre TEA e prognóstico menos favorável, a identificação e o tratamento precoces do autismo podem ser cruciais para melhorar os resultados clínicos. Avaliar as características de desenvolvimento e considerar essas características ao longo do curso do tratamento é fundamental para garantir o melhor atendimento possível a crianças e adolescentes com TARE. O estudo ressalta a complexidade do TARE e a necessidade de uma abordagem multidisciplinar que envolva profissionais de saúde mental e nutrição.
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