A relação carga-velocidade (RCV) é uma ferramenta valiosa para atletas e treinadores, permitindo um melhor entendimento da performance e auxiliando na prescrição de treinos mais eficazes. Tradicionalmente, a RCV é determinada através de protocolos complexos que envolvem múltiplos pesos, o que pode ser impraticável em ambientes de treinamento do dia a dia. Um estudo recente investigou a confiabilidade e validade de um método simplificado, utilizando apenas dois pontos de carga, para determinar a RCV no agachamento livre e estimar a carga máxima que um indivíduo consegue levantar em uma repetição (1RM).
Este método de dois pontos, aplicado em condições de campo (2PFC), demonstrou ser uma alternativa confiável ao método tradicional (MP). Os pesquisadores compararam os resultados obtidos com os dois métodos em 18 participantes e observaram que os parâmetros da RCV eram similares. Além disso, o método 2PFC apresentou um erro de estimativa do 1RM ligeiramente menor em comparação com o MP. Isso sugere que treinadores podem utilizar este protocolo simplificado para determinar a RCV de seus atletas e estimar seu 1RM com uma precisão razoável, medindo a velocidade concêntrica média em resposta a duas cargas.
Embora o método de dois pontos se mostre promissor e prático, é importante ter cautela na interpretação dos resultados em nível individual. O estudo apontou que, em alguns casos, o método pode subestimar ou superestimar o 1RM em até 14 kg. Portanto, é crucial que treinadores combinem os resultados obtidos com a RCV com outras ferramentas de avaliação e considerem a individualidade biológica de cada atleta para uma prescrição de treino mais precisa e segura. A utilização da relação carga-velocidade, mesmo com um método simplificado, oferece *insights* valiosos sobre a capacidade de um atleta, permitindo ajustes *estratégicos* no treinamento e otimizando o desenvolvimento da força.
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